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03/09/2012

Universos


( Helena Chiarello)





Pairamos sobre o instante, naquela noite quente, a partilhar emoções e palavras, a contemplar silêncio e céus. Foi quando o olhar aconteceu mais próximo e quando o tempo, subitamente, pareceu parar. Tudo à volta deixou de existir e nenhum som mais se ouviu, só o do pulso que movia a eternidade e o peito. Ficamos sobre o tempo, respirando lento. Lembro de ter riscado a noite uma estrela. Cadente e fugaz, mas com o espaço e brilho exatos para um desejo. Tua mão tocou a minha, em silenciosa resposta, e o infinito ficou mais perto. Penso que foi nesse segundo de luz que o meu mundo se fundiu ao teu e expandiu todo o universo, alterando-lhe o destino.

Visite a autora: Helena Chiarello


6 COMENTÁRIOS:

chica

Que lindo ler a Helena aqui!!Beijão pras duas e linda semana, com tuuuuuuuuuuuuuuuudo de bom! chica

Anônimo

Anne! A vida é feita de instantes. Gostei muito do que Helena escreveu. Beijos!

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS)

Gostei de conhecê-la!
Beijos meus!

LUCONI MARCIA MARIA

A Helena é uma pessoa incrível, doce extremamente meiga, e este texto ela o escreveu com os pincéis do fundo de sua alma, parabéns Helena vou visitar sua casa na net, com certeza estará recheada de amor, beijos Luconi

Helena Chiarello

Eu sempre me encanto com os carinhos com que você nos surpreende, Anne!

Fiquei super emocionada de ver o meu "Universos" aqui, nesse cantinho tão especial e gostoso!

E fico procurando palavras pra descrever a gostosa sensação de ser abraçada assim, de um jeito tão bom, pelas pessoas que a gente admira e gosta!

Obrigada, obrigada!

Um beijo nesse coração que sabe voar muito alto nos céus do carinho, do acolhimento, da amizade!

Deus te abençoe!

Fanzine Episódio Cultural

Despertando a Impaciência


Um senhor, que não havia ajustado seu despertador, colocou-o sobre uma cadeira, para que pudesse despertá-lo no final da madrugada. Ele acabou perdendo a hora tendo que sair às pressas. Deixou o pobre e desolado despertador sobre aquela superfície insegura. Com o passar do tempo, este foi perdendo a paciência, devido ao “chá de cadeira” que estava tomando.
Por incrível que pareça o seu temperamento explosivo era motivo de chacotas: Dependendo dos seus ponteiros demonstrava ora um sorriso aberto: (13h: 45 min), ora um semblante fechado: (17h: 40 min). A cadeira, sempre tímida e de “pernas abertas” começou a matutar quanto aquele folgado ficaria ela. Criou coragem e perguntou sarcasticamente:
– Escute aqui: será que “você não se enxerga”, não hein?
Com muita paciência ele respondeu:
– Fique tranqüila; daqui a pouco vou colocar a boca no trombone... Vou incomodar todo o mundo! Tenha calma; em breve sairei.
–Acho bom mesmo! Sou uma cadeira de respeito. Disse ela.
Quando os ponteiros marcaram 4 horas, o relógio começou a falar mal de deus e todo o mundo. Nisso entra no quarto o filhinho de quatro anos. Ele, inocentemente segura o despertador pela alça e o arremete contra o chão, despedaçando-o completamente.
A cadeira não se conteve e começou a rir às pregas despregadas. O menino – muito curioso – acabou subindo sobre ela. O pirralho não parava quieto. Era um tal de sobe e desce que não acabava mais.
Então ela tomou uma decisão drástica: Quando o fedelho subiu novamente, ela gingou de tal maneira que ambos acabaram caindo. O menino se pôs a chorar como se tivesse visto um fantasma.
Sua mãe entrou no quarto e viu a desordem montada. Não podia acreditar que seu filho tinha acabado de destruir o relógio. Como não estava a costumada a bater nele, ela descontou sua fúria sobre a pobre cadeira. A dona da casa segurou-a pelo encosto, e jogou-a contra a parede, transformando-a em um monte de madeira inútil. A dona retirou-se dali levando o menino consigo. No silêncio daquele quarto dois objetos silenciosamente moribundos se acusam.


Do livro (O Anjo e a Tempestade) de Agamenon Troyan
machadocultural@gmail.com

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