• Anne Lieri

  • Anne Lieri

  • Anne Lieri

  • Evanir Garcia

  • Jonas Sanches

  • Franciangela

  • Nato Matos

03/10/2012

Despertando a impaciência


Despertando a Impaciência
( Agamenon Troyan)





Um senhor, que não havia ajustado seu despertador, colocou-o sobre uma cadeira, para que pudesse despertá-lo no final da madrugada. Ele acabou perdendo a hora tendo que sair às pressas. Deixou o pobre e desolado despertador sobre aquela superfície insegura. Com o passar do tempo, este foi perdendo a paciência, devido ao “chá de cadeira” que estava tomando.

Por incrível que pareça o seu temperamento explosivo era motivo de chacotas: Dependendo dos seus ponteiros demonstrava ora um sorriso aberto: (13h: 45 min), ora um semblante fechado: (17h: 40 min). A cadeira, sempre tímida e de “pernas abertas” começou a matutar quanto aquele folgado ficaria ela. Criou coragem e perguntou sarcasticamente:

– Escute aqui: será que “você não se enxerga”, não hein?

Com muita paciência ele respondeu:

– Fique tranqüila; daqui a pouco vou colocar a boca no trombone... Vou incomodar todo o mundo! Tenha calma; em breve sairei.

–Acho bom mesmo! Sou uma cadeira de respeito. Disse ela.
Quando os ponteiros marcaram 4 horas, o relógio começou a falar mal de deus e todo o mundo. Nisso entra no quarto o filhinho de quatro anos. Ele, inocentemente segura o despertador pela alça e o arremete contra o chão, despedaçando-o completamente. 

A cadeira não se conteve e começou a rir às pregas despregadas. O menino – muito curioso – acabou subindo sobre ela. O pirralho não parava quieto. Era um tal de sobe e desce que não acabava mais.

Então ela tomou uma decisão drástica: Quando o fedelho subiu novamente, ela gingou de tal maneira que ambos acabaram caindo. O menino se pôs a chorar como se tivesse visto um fantasma. 

Sua mãe entrou no quarto e viu a desordem montada. Não podia acreditar que seu filho tinha acabado de destruir o relógio. Como não estava a costumada a bater nele, ela descontou sua fúria sobre a pobre cadeira. A dona da casa segurou-a pelo encosto, e jogou-a contra a parede, transformando-a em um monte de madeira inútil. A dona retirou-se dali levando o menino consigo. No silêncio daquele quarto dois objetos silenciosamente moribundos se acusam. 


Visitem o autor: AGAMENON 

4 COMENTÁRIOS:

chica

Ótima leitura fiz aqui!!Gostei! abração,tudo de bom,chica

Daniel Costa

Anne Lieri

Apresentaste uma beleza de conto, como é este de AGAMENON! Fiquei verdadeiramente, encantado com a sua leitura.
Beijos

Daniel Costa

Anne Lieri

Apresentaste uma beleza de conto, como é este de AGAMENON! Fiquei verdadeiramente, encantado com a sua leitura.
Beijos

Daniel Costa

Anne Lieri

Apresentaste uma beleza de conto, como é este de AGAMENON! Fiquei verdadeiramente, encantado com a sua leitura.
Beijos

Photobucket

Compartilhe