As Cem Linguagens da Criança
(Paula Belmino)
Ser
criança é ser curioso, aguçado na pesquisa, experimentador da natureza,
investigador ativo e um ser capaz de realizar, de pensar , de inferir ideias e
pensamentos. Sujeito crítico e coautor do ensino-aprendizagem e mestre em amar,
aquele que nos sujeita ao riso e a quem dispomos a estudar, mas no entanto nos
ensina tanto.
Ser
criança é poder abraçar o mundo na sua complexidade de forma simples e
afetuosa, sentindo e sofrendo as dores do mundo e aprendendo a perdoar,
deixando as mágoas de lado e voltando sempre com o rosto iluminado e alma
aberta para desvendar mistérios da natureza e do ser humano com quem convive.
É
portanto agente de transformação nato, de quem os adultos deviam sempre se
espelhar, amando em demasia, prontos a se humilhar, frágeis e que demonstram
sentimentos e choro incontido e que grita a dor se precisar.
Nada de esconder
valores e sensações para se mostrar
forte em momentos de angústia, mas ver a vida com outros olhos, valorizando o
tempo que se vive aqui e aproveitando dela as experiências dos erros para
moldar-se e criar e recriar um mundo melhor para si e para os outros que os
cercam.
A
criança é um poço de dotes dos quais pode surgir novos inventores e pensadores,
formadores de opiniões e cientistas, pois não têm medo em errar, não receiam
desvendar a ciência mesmo em seu senso comum,pois a conhecem e aprendem
experimentando, tocando, sentindo a fundo, criando, pintando, exprimindo.
Nós adultos, no entanto, somos reprimidos, temos medo do fracasso, de tentar outra vez, de passar pela vergonha, de abaixar a cabeça , de pedir desculpas, de sermos novamente crianças, puras, delicadas, seres ternos que desfrutam de todos os momentos brincando e fazendo descobertas, escrevendo história e aprendendo com a vida a modelar sonhos e diretrizes, que logo nós adultos estamos a podar, cortando o cordão umbilical entre a criança e o saber, o interagir para compreender.
Logo que
começam a falar os adultos mandarão calar, se correm demais, é tempo de sentar,
se tocam ouvirão para não mexer, não tocar.
Mudarão os trajetos, darão apenas
por escolha o certo ou errado, sem meio termo, sem argumentar escolherão por
elas novos caminhos e sonharão por elas, impedindo-as que cumpram seus papéis,
o de sujeito de mudança e de direito.
Logo que sonham, precisam abandonar seus
desejos e viver os sonhos dos pais e da sociedade que impõe, discrimina o que é
melhor, e passa a fazer escolhas de outros caminhos que muitas vezes não seriam
seus caminhos, deixam passar a oportunidade de aprender brincando e de amar
amando, para seguir cartilhas do abc e ler o que as impõe a ler e a fazer, a
produzir,a ter ao ao invés de ser.
A
criança é um ser completo até ser dividida por sensações de medo, de angústias
e desilusões, de estabilidade e de engessamento e fragmentos que os adultos lhe
oferecem em suas relações, abandonando-as à própria sorte de ser feliz ou não.
A criança será portanto um adulto suficientemente forte ou modesto, capaz ou
dependente de ajuda para mudar sua realidade mediante às oportunidade que seus responsáveis e condutores lhes
acomodem na bagagem e na alma a paz, o direito de brincar e ser feliz, o de
tentar e errar, o de viver sem medo, o de experimentar, correr, saltar, de
viver e criar, de inventar e de se reinventar.
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6 COMENTÁRIOS:
Lindo e interessantíssimo, esclarecedor esse texto da Paula! Adorei ,bem como as fotos da Alice! bjs às três! chica
Lindo texto,para aprendermos muito.
bjs amiga Anne.
Carmen Lúcia.
Obrigada por divulgar Anne, adoramos!
Anne! Paulo Belmiro expressou lindamente o tanto que a criança nos provoca a diálogos mais criativos. Beijo! Renata
Belamente inspirado na querida Alice, para uma definição perfeita e com encanto da Paula.
Abraços para voces.
Olá, queridas Anne e Paula
Um post com muita inteligência sobre as crianças...
Fui ao blog da amiga e vi outro post bem bacana...
Bjm fraterno de paz e bem
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