• Anne Lieri

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  • Nato Matos

05/02/2011

Conversas dentro do templo do amor



Num lugar escuro.
Um raio de luz se forma.
Disparado em lampejos.

TUM: Mamãe, você está aí?

Somente o silêncio.

TUM TUM: Hei mamãe, é a Nicole! Você está aí?

Mamãe espreguiça e se senta.

– Oi meu amor! Eu estava dormindo, quase sonhando. Você já acordou, é tão cedinho...

TUM: É que eu queria conversar...

– Então fale meu anjinho.

Neném meditando.

TUM: Eu estava pensando. Você me disse que tem tanta coisa ruim que acontece no mundo. Eu fiquei com medo. Hoje me sinto tão protegida. Como é que vai ser no futuro?

Mamãe pensou antes de falar.

– Vai continuar sendo da mesma forma que é hoje. Continuarei te protegendo e te ensinando. Com o tempo você vai crescer e conseguirá ser tão independente que a mamãe sentirá saudades de como você é agora.

TUM: É sempre assim que as coisas são?

– Na maioria das vezes sim!

TUM TUM: Quer saber mamãe, eu não queria crescer!

– Mas por quê?

TUM: Queria continuar sempre pequenininha, pois não preciso de mais nada. Eu já tenho você mamãe!

Mamãe se emociona.

– Que lindo o que você sente meu amor, mas a vida não é assim. Eu não vou viver para sempre e você tem que crescer, pois um dia talvez venha a cuidar de mim e dos filhinhos que você tiver.

TUM TUM: Cuidar de você? Filhos?

– A vida é um ciclo sem fim que não para de se alterar. Os filhos nascem, crescem, amam, têm filhos, netos e um dia voltam para o lugar de onde vieram em forma de almas. É por isso que um dia você pode ter filhos. Quanto a poder cuidar de mim, conforme o tempo passa nossos corpos envelhecem e nos tornamos muito mais sensíveis ao meio em que vivemos e geralmente precisamos ser amparados pelos filhos.

TUM: Acho que entendi. Muito linda a vida vista deste jeito que você falou mamãe, uma coisa muito bonita mesmo.

– Tinha que ser meu amor. A vida é como uma passagem que nos foi dada pelo Criador, onde desde quando nascemos começamos a escrever a nossa história.

TUM TUM: E falta muito para a gente se ver?

Mamãe calculou.

– Até que não! Daqui uns dois meses. Você está com pressa?

TUM: Não! É bom sentir nossos corações batendo junto, como se existisse um só. É que tenho a curiosidade de sentir também meu papai, meus avós, meus tios. Você me contou que eles são diferentes uns dos outros, mas no fundo sinto que são todos iguais a você, cheios de amor e de carinho, só que cada um de um jeito.

– Nossa! Como você chegou a esta conclusão?

TUM: É que me parece difícil alguém não gostar de amar.

– Você tem razão meu amor. Todos amam e são amados de uma forma ou de outra, alguns mais outros menos. Também vejo as coisas assim. Bom, agora que já conversamos bastante vou descansar e você já sabe: quando quiser conversar mais ou precisar de mim basta me chamar.

TUM: Tudo bem mamãe.

Mamãe deita de lado.

E alguns minutos depois...

TUM TUM: Ah mamãe ia me esquecendo de dizer que eu te amo! Descansa, daqui a pouco te chamo...

Mamãe sorri feliz enquanto dorme desfrutando de um sonho bom.

A luz devagar enfraquece transformando tudo.

Num lugar escuro.

Mas agora nem tanto...

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Essa não é uma história real, mas foi escrita quando minha esposa Jack estava grávida da Nicolinha, de presente para ela que tantas vezes dialogou nessa época com ela...


Blog da Nicolinha: Cantinho da Nicolinha

Conheça meus trabalhos mais recentes:


Grande abraço para todos!

3 COMENTÁRIOS:

chica

Que linda e comovente e é assim mesmo...cheio de amor desde a barriga...Laços fortes! abração,chica

Anne Lieri

Joe,de arrepiar!Quanto amor em cada palavra!Eu adorei e agradeço por postar aqui!Venha sempre!Vou compartilhar!Bjs,

Dora

Que historinha linda, parabéns pela belíssima inspiração.Abraços Dora Duarte

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