Demasiados julgamentos
( Anselmo Marinho)
Esta postagem tem mormente um teor
protestante, ela serve para nos prevenir de um erro tão banal entre muitos de
nós: os prejulgamentos.
É pertinente esclarecer a disparidade
que há entre o que é prejulgar e julgar apenas. Trocando em miúdos, prejulgar
como o próprio termo sugere, é julgar precipitadamente, sem ter os devidos
conhecimentos que, popularmente é chamado de "julgar" ao passo que,
julgar seria "mais justo" por assim dizer, visto que este se baseia em
fatos incontestáveis, isto é, efetivos e geralmente de conhecimento prático de
quem julga. Em suma, é necessário estar apto para julgar.
Enfim, sem querer fomentar as
diferenças entre o julgamento e o prejulgamento, o meu destaque vai para o
julgar das pessoas para com as outras pessoas, ou seja, se analisarmos bem,
enxergaremos quão banal é a prática dos julgamentos, sendo este antecipados ou
não, estamos julgando e sendo julgados todo o tempo.
A verdade é que julgar é muito fácil,
coisa simples de se fazer. Não é fácil olhar pra alguém e dizer o que ela
parece? Essa ação é muito mais fácil do que ir em busca de constatação para
posteriormente formar argumentos dignos. O fato é que ao julgar os outros sem
total certeza das coisas você estará rechaçando uma pessoa injustamente.
Os indivíduos que mais são alvejados
com os fáceis julgamentos, são os mais famigerados, exatamente por estarem mais
expostos do que a maioria. Isto é, quanto mais afamado for, maior será a
investidura dos julgamentos contra eles. É por isso que pessoas famosas parecem
errar mais do que pessoas desconhecidas, isso se dá devido a maior visibilidade
que elas têm, logo os seus respectivos erros ganham proporções maiores, tão
maiores quanto a publicidade que elas possuem em seu nome.
O ser humano deve ser tratado sem
distinção, se mundialmente conhecido ou anônimo, as pessoas não merecem que
seus erros sejam maximizados, afinal todos erram igual, logo todos devem pagar
igualmente por cada erro, independente de ser famosa ou não. Quem nunca soltou
uma "declaração infeliz"? Quando alguém errar na sua frente antes de
mais nada recorde-se que você também já errou.
Hoje em dia com o mundo tão dinâmico
que está, as notícias se distorcem a mesma velocidade com a qual eclodem nas
mídias, julgar por isto não pode ser válido, pois não estamos vendo com os
nossos próprios olhos, nem ouvindo com os nossos próprios ouvidos, logo
cometeremos um equívoco se levarmos em consideração somente estes documentos.
Diversas vezes quem erra é o emissor das informações, por essa razão algumas
frases acabam sendo erroneamente atribuídas a certas pessoas e/ou sendo
alterados por pessoas alheias.
Julgar a primeira vista é covardia e
além disso é um ato preconceituoso. Aquele que julga demasiadamente é um caluniador
ferrenho. O bom mesmo é evitar os malditos julgamentos, pois seremos injustos,
ou então sejamos no mínimo responsáveis para verificar as ocorrências nós
próprios e não através dos outros.
Em todo caso, se nos encontrarmos
perante uma situação em que nos vemos obrigados a julgar algo, saibamos desde
sempre que julgar é um ato que requer muita delicadeza, eu diria até que julgar
uma atitude não é o bastante, afinal e as outras atitudes, de nada valeram? Não
se esqueça de que o ser humano varia em seu temperamento, ora acerta, ora erra,
ou erra de novo, ora acerta de novo.
Uma ação errada não pode apagar todas
as ações corretas de uma pessoa. É preciso pesar as coisas, colocar numa
"balança", para isso temos de ter paciência e analisar tudo caso se faça
necessário.
É fácil julgar um indivíduo pelas suas origens ou um livro pela capa, um sujeito que fale erradamente ou um trabalhador de baixo escalão, um detento ou um homossexual, um suburbano ou um favelado, um dependente químico ou um mendigo, as pessoas pelas suas vestimentas ou por seus adornos, ou a cara. Todos estes exemplos dentre inúmeros outros são fáceis de se executar.
É factível que grande parte das
pessoas julgam sem limites, elas julgam até a Deus!
Por fim, o último recado que gostaria
de emitir é o de que sejamos mais tolerantes e clementes para com os atos
errôneos das pessoas, lembre-se de que errar é um direito de todos nós, seja o
que somos ou sejam o que for.
VISITEM O ANSELMO.
4 COMENTÁRIOS:
Anne! Boa escolha, como sempre. Anselmo tem razão. Julga-se mais do que deveria. Beijos!
é... isso é um embaralhado tão grande, que fica até difícil falar sobre... mas, o que sempre prevalece é que as pessoas olham os outros por medo de olharem pra si mesmas e os julgamentos são de acordo com o caráter de cada um... muito bem abordado tema... bjuuu (bjuu pra voce tambem linda Anne)
Gostei demais desta crônica, parece que fala de milhares de pessoas, que acham mais fácil julgar do que ficar caladas e perdem por isto o silêncio.Abraços literários.
Belo texto do Anselmo!! abração aos dois, de volta ,já em casa...chica
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