Veludo
(Ana Bailune)
Cresce um musgo verde
Macio e aveludado
Sobre tudo,
Sobre o muro,
Sobre as almas
Entre as palmas
E as palavras.
Suave ao toque,
Nem se percebe que ele é morte.
Mais parece um caminho
Enfeitado
Verdejante de vida.
Mas as borboletas não se enganam,
E flanam
Bem longe dali.
O musgo cresce sobre tudo,
Envolve o mundo,
Cobre de umidade a verdade,
Lastra sobre as bocas
E as cidades.
Disfarça em seu veludo
O absurdo e a falácia
E o quanto pode parecerer linda
A iniquidade!
E o musgo cresce sobre os caules
E os troncos das árvores,
Sufoca e mata
Até que não haja mais folhas e flores,
Até que não haja mais nada.
(Mesmo assim, é verde a paisagem)
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7 COMENTÁRIOS:
Muito lindo! Ana sempre bem inspirada! bjs às duas,chica
Gostei do poema. Peço desculpa eu não sou boa a comentar poemas. Penso que a poesia se sente, e sentimentos são algo tão intimo que não se comentam.
Por isso sempre sou muito lacónica a comentar poesia.
Um abraço
Anne! Encantadora poesia de Ana Bailune. Senti como se a injustiça e a hipocrisia estivessem sendo desnudadas pela poesia, linda! Beijo!
Discretamente, a poesia vai falando das dissimulações que rondam em nosso meio.Muito bom!
Abração.
Só posso tornar-me repetitiva ao dizer, mais uma vez, meu muito obrigada de todo coração, Anne.
Querida Anne
Escolheu um bonito poema!
Parabéns à autora.
Um beijinho
Beatriz
Olá, queridas Anne e Ana
Um tom bucólico e a natureza sempre está muito presente nas poesias e construções da amiga escritora...
Bjm fraterno de paz e bem
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