POR
ENTRE O SAGRADO E O PROFANO
(Paulo
Tamburro)
Por
entre o sagrado e o profano velejam corações ora indecisos, ora convincentes,
levando leves ou pesados fardos e cargas de amor ou de nenhum amor, pelos mares
das fantasias afora, querem edificar as suas vidas, colocar cores nos cinzas
enfadonhos do dia- a- dia, buscarem emoções, extrapolarem sentimentos prova
inequívoca de que, afinal ainda estão vivos!
Por
entre o profano sopram os ventos dos gozos em delírios desconcertantes e o
trincar de dentes incontidos, mordidas de lábios em sofreguidão de desejos
movidos pela avidez e impaciências querendo numa tarefa inglória segurar o que
vai explodir em chafariz de regalos saídos da intimidade da carne.
Prazer!
Por
entre o sagrado navega a embarcação rumo àqueles olhos quase divinais de uma
mulher que será tudo, quer ser tudo, impondo-se sacrifícios, aceitando
desafios, lutando e relutando contra as hostes inimigas dos piores momentos,
enverga, mas não quebra,acredita no amor.
Que
bom acreditar!
Por
entre o profano agarram-se as nuas naus que desejam atracar sem pensar nas
consequências e querendo somente que ancoras afundem naquele corpo arenoso de
paixões incontroláveis, objetos de todos os desejos, de todas as luxurias, o
quanto mais possa ser inclusive, de loucuras as mais benditas, loucuras de
corpos como tantos outros ou dedicados a
um só corpo.
Opção
de vida. Estratégia afetiva, querer tudo, todas...
Por
entre o sagrado continua a velejar a nau da vida e agora correndo o risco de
ver um corpo antes só de mulher transmutar em dois, com mais um dentro.
Não
se multiplicam só os pães.
Por
entre o profano a viagem continua interminável e certa irresponsabilidade
consentida vive na cabeça das pessoas em só usufruir, acumular, consumir e ter
que pagar um preço alto, mas isso não importa para quem pensa baixo.
Por
entre o sagrado todos se apegam a um ser
superior, ponte de salvação, pedem,vivem pedindo, poucos dão, muito pouco ou
nada reservam para terceiros, egoísmos superiores, nem parecem viver com os
outros.
Isso
é desamor.
Por
entre o profano continuam as guerras, matanças, vinganças, falta sensibilidade
e a razão escoou pelo ralo dos interesses, jogam bombas, jogam tudo que mata a
esperança de vida da criança que não será adulta.
Caminhamos
assim entre o profano e o sagrado e quem sabe um dia o amor seja a única arma,o
método mágico que agregue, una, some, sem haver necessidade de depois dos
pecados, sejamos obrigados a rezar e só para reparar culpas.
Isto
porque quem ama vive em contato direto com a paz da sua consciência,
independente de velejar seja por entre o sagrado ou o profano.
Visite o blog do autor:
5 COMENTÁRIOS:
É preciso saber velejar entre os dois:sagrado e profano...Mantendo-nos sempre na boa onda... abração aos dois,chica
Temos que saber segurar a vela para que não fique de um lado só.
bjs amiga Anne e parabéns ao amigo Paulo Tamburro.
Carmen Lúcia.
Que autor!! Que blog!! Que ideias!! Valeu e muito conhecê-lo e segui-lo...
Bjs.
Já estou indo conhecê-lo que texto incrível, bem real, parabéns Anne por tê-lo trazido, bjos Luconi
À todos,
meus mais emocionados agradecimentos pelas palavras elogiosas, o carinho e a atenção,dispensada ao meu texto.
A blogosfera é muito intrigante e complexa mesmo,pois,como é possível nos emocionarmos tantos com as atenções às quais somos o alvo!
E todos querem saber? Existem pessoas para quais os elogios não são
importantes, mas confesso ,para mim é o ar que respiro!
Um abração carioca e fiquem com Deus!
Postar um comentário