Cantiga de Guerra
( ao soldado desconhecido)
Na minha infância
Aos sete anos, já tão distante,
Vem na minha memória,
Fragmentos, flagrantes,
De momentos inesquecíveis.
Da minha história...
Num velho roçado de milho,
Batata doce,macaxeira,feijão...
Era o que meu pai plantava,
Para a nossa alimentação
Caminhava em meio ao milharal
Acompanhava os passos dos meus pais
Trançavam-nos os cabelos das bonecas de milho.
Minhas irmãs e eu, fazendo traquinagem atrás.
Meu pai zangado quando olhava...
“Quem fez essa arrumação?”
Eu logo tomava as dores
“Nem foi eu, nem elas não!”
_ Oras, mas quem fez?
Decerto, as suas mãos!
E quem confessar
Por essa vez, não apanha não!
_Fomos nós papai!,
Não bata em nós não
A gente desfaz todas as tranças
Pois o senhor tem razão.
Eu sei que a boneca de milho,vai virar
Espiga para nos alimerntar.
Ouvia uma voz conhecida
Cantando uma triste canção
Era da minha mãezinha
Enquanto catava feijão
Era cantiga de guerra...
De tanto ela repetir,
Foi que eu aprendi...
De onde era essa guerra?
Eu nunca ouvi falar
Mas escutei com atenção
A minha mãezinha cantar...
Não sei, só sei que foi assim...
& Toca bumbo, toca surdo, toca tudo
Que já é... é sinal de guerra
E quando ouvir a corneta tocando,
Sou eu que estou chorando
Com saudade da minha Terra.Bis
Pára bumbo, pára surdo, pára tudo
Que já é meu momento derradeiro
E quando ouvir a corneta tocando
Sou eu que estou chegando
No Rio de janeiro.Bis
Quem achar o botão da minha blusa,
Faça favor de entrega a mamãezinha
|Diga à ela que seu filho já morreu
Entrego minha alma à Deus
4 COMENTÁRIOS:
Lindinho e tristinho isso,né? Obrigado pela visita,volte semore. Estou seguindo este beo blog.Abraços e beijoos
Dora,bonita e triste poesia que marca um periodo dificil da história do Brasil!Vou lá visitar seu blog!Bjs,
Querida Dora, uma história triste mas
contada de uma forma muito bonita, a poesia é bastante marcante, parabéns beijos Luconi
Lembranças...Tristes...Alegres... Lembranças. Grande homenagem seu Poema faz ao Soldado desconhecido.
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