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09/02/2011

Cantiga de guerra

                                                                                                      
   Cantiga de Guerra 
( ao soldado desconhecido)

   Na minha infância
   Aos  sete anos, já tão distante,
   Vem na minha memória,
    Fragmentos, flagrantes,
    De momentos inesquecíveis.
    Da minha história...

    Num velho roçado de milho,
    Batata doce,macaxeira,feijão...
    Era o que meu pai plantava,
    Para a nossa alimentação

    Caminhava em meio ao milharal
    Acompanhava os passos dos meus pais
    Trançavam-nos os cabelos das bonecas de milho.
    Minhas irmãs e eu, fazendo traquinagem atrás.

  Meu pai zangado quando olhava...
  “Quem fez essa arrumação?”
  Eu logo tomava as dores
  “Nem foi eu, nem elas não!”

_ Oras, mas quem fez?
  Decerto, as suas mãos!
  E quem confessar
  Por essa vez, não apanha não!

_Fomos nós papai!,
  Não bata em nós não
 A gente desfaz todas as tranças
 Pois o senhor tem razão.
 Eu sei que a boneca  de milho,vai virar
 Espiga  para nos alimerntar.
 Ouvia  uma voz conhecida
 Cantando uma triste canção
 Era da minha mãezinha
 Enquanto catava feijão

Era cantiga de guerra...
De tanto ela repetir,
Foi que eu aprendi...

De onde era essa guerra?
Eu nunca ouvi falar
Mas escutei com atenção
A minha mãezinha cantar...

     Não sei, só sei que foi assim...

&   Toca bumbo, toca surdo, toca tudo
       Que já é... é sinal de guerra
 E quando ouvir a corneta tocando,
 Sou eu que estou chorando
 Com saudade da minha Terra.Bis

 Pára bumbo, pára surdo, pára tudo
 Que já é  meu momento derradeiro
 E quando ouvir a corneta tocando
 Sou eu que estou  chegando
 No Rio de janeiro.Bis 

 Quem achar o botão da minha blusa,
 Faça favor de entrega a mamãezinha
 |Diga à ela que seu filho já morreu
 Entrego  minha alma à Deus
 E a corneta a Mariquinha. Bis

                                            Dora Duarte


                                                                                      

4 COMENTÁRIOS:

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR)

Lindinho e tristinho isso,né? Obrigado pela visita,volte semore. Estou seguindo este beo blog.Abraços e beijoos

RECANTO DOS AUTORES

Dora,bonita e triste poesia que marca um periodo dificil da história do Brasil!Vou lá visitar seu blog!Bjs,

LUCONI MARCIA MARIA

Querida Dora, uma história triste mas
contada de uma forma muito bonita, a poesia é bastante marcante, parabéns beijos Luconi

Maria Emilia Xavier

Lembranças...Tristes...Alegres... Lembranças. Grande homenagem seu Poema faz ao Soldado desconhecido.

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