RECANTO
ENTREVISTA FRANCILANGELA CLARINDO
( Anne
Lieri)
Nossa entrevistada de hoje nasceu em Fortaleza.
Foi manicure na infância.
Tem diversos livros publicados.
É uma mulher fascinante e com ideias de vanguarda.
Nossa entrevistada é a escritora, blogueira e amiga FRANCILANGELA
CLARINDO.
Recanto- Franci, onde você nasceu? Conte um pouco de sua vida
atual,familiar e profissional.
Franci- Nasci em Fortaleza no dia 23 de Agosto de 1972. Amo esta data.
Dizem que Agosto não é um bom mês, que é de desgosto. Mas eu acho legal ser do
mês do folclore, do mito, da música do Kid Abelha e outras coisitas mais.
Atualmente trabalho como professora de Linguagens e Códigos no Centro de
Educação de Jovens e Adultos - CEJA José Walter e também na EMEIF Monteiro Lobato
onde atuo no Laboratório de Informática Educativa- LIE. Amo trabalhar nestas
escolas porque lecionar me torna sempre jovem em virtude do contato diário com
os educandos e também mais consciente por conviver com pessoas que resgatam sua
vida após um período de latência. Sem contar que o ambiente de trabalho
favorecido pelas companheiras e companheiros de estrada é muito bom. Sempre
realizo cursos para me aprofundar nas questões concernentes ao meu trabalho e
interesses particulares. É um pouco difícil me domar porque quero fazer de
tudo, todos os cursos, vistiar todas as páginas da web, me envolver no que acho
legal, daí uma infinidade de ocupações que não me cansam porque quero sempre
mais e mais. Isto porque gosto, é mais prazer do que qualquer outra coisa.
Quanto à vida familiar, sou mãe de dois lindos e maravilhosos garotos. Vivo
duas fases em casa, uma infantil e outra adolescente dada à diferença de doze
anos entre meus filhos. Acredito muito em Deus e tento passar para eles o temor
em suas vidas. Acho que, se meus filhos temerem ao Senhor, tudo o mais poderá
ser organizado porque não há vida sem Ele.
Recanto- Como foi a sua infância? Fale um pouco dessa fase de sua vida.
Franci- Fui uma criança centrada em meu mundo. Era quietinha, caladinha
e observadora. Em meu mundo era líder. Organizava brincadeiras, desfiles, meios
de sair da rotina. Muito cedo percebi que precisava andar por minhas próprias
pernas. Meus pais, amorosos e batalhadores pela vida, não podiam dar o que eu
precisava e mesmo assim não queria esperar por ninguém. Assim, com oito anos
comecei a batalhar pela vida. Tinha seis irmãos, era a filha mais velha e
queria fazer jus a isto. Nesta idade comecei a ir para o Centro resolver o que
meu pai precisava para seu trabalho de fotografia. Tinha um pequeno stúdio e
diariamente precisava comprar papel fotográfico e filme. Também peguei as
coisas de minha mãe e resolvi fazer unhas, ela fazia, eu observava e achava que
também já podia fazer. E fiz! A primeira vez cheguei na vizinha e disse: “D.Alba,
estou fazendo unha. A senhora não quer fazer a sua?” Ela disse: “Ah, é mesmo
Lanjinha (um dos meus apelidos de infância), pois entre que quero.” E assim,
comecei minhas atividades como manicure. E olha que tinha muitos clientes.
Havia também os adesivos que vendia na escola, as aulas particulares, as
máscaras para bailes de carnaval, os produtos da AVON, enfim, fazia muitas
coisas para ajudar meus pais, meus irmãos e a mim mesma. Quando alguma data
comemorativa chegava tipo aniversário, dia dos pais ou das mães, comprava algo
mais significativo para eu dar para meus pais e algo menor para cada um dos
meus irmãos. Não queria que eles ficassem de fora. Não tinha muito dinheiro,
mas sempre dava para comprar uma coisa de pequeno valor para cada um. Fazia tipo
assim uma forma de amenizar para meus pais e irmãos a dura realidade que
vivíamos. E eu, pequena que era, sabia muito bem que meus pais já faziam o
possível e mais somente através de nosso próprio esforço. Amo a criança que
fui. Sinto saudades.
Recanto- Poderia nos falar sobre os seus livros? Do que se trata cada
um e como se inspirou? Onde podemos
encontrar para comprar?
Franci- Bom, meus livros surgiram hoje, mas se reportam ao passado.
Escrevia e lia muito desde que pude pegar num livro. No início a leitura era
folhear as páginas dos livros dos meus pais e o escrever não passava de
rabiscos. Depois fui aprendendo, melhorando, escrevendo e lendo mais e mais. No
ano passado, 2010, encontrei um site que publicava por demanda, então juntei
alguns dos textos espalhados pelos cadernos e agendas e publiquei três livros:
“O mar à janela”, “Sim, você ama” e “A arte de ser feliz”. Estão no site da
Publit. Conheça-os em
Este ano conheci um outro site, o Clube de Autores, que também
publica sob demanda. Então reuni os textos dos livros “O mar à janela” e “Sim,
você ama” e outros publicados no site Recanto das Letras e publiquei o livro
“Coração na mão, versos no coração. Meu filho fez uma capa para mim. E o
“Reflexões - Meu jeito de ver o mundo” nasceu de pensar sobre a vida e as
coisas. Penso muito. Eles estão em
A experiência com o Clube de Autores foi muito boa porque,
através dele, recebi o e-mail de Adriana Vargas de Aguiar, que convidou-me para
participar de seu blog “O diário de uma poetisa”. Achei a ideia legal e logo
aceitei o convite, que depois foi transformado em uma participação no Clube de
Novos Autores, blog advindo do anterior para envolver os iniciantes na prática
do escrever. Não deixem de visitá-lo em:
Da parceria com a Adriana fui conhecendo outros blogs, autores,
blogueiros, leitores e a Márcia Maria Luconi que me apresentou a Anne Lieri.
Daí agora esta entrevista. Legal as relações do mundo com as pessoas, não? É
uma rede, um conjunto de conexões, uma coisa que leva a outra e outra e você
não sabe onde vai dar.
Recanto- Que dificuldades um escritor enfrenta hoje em dia na sua opinião e
o que poderíamos fazer para melhorar?
Franci- Publicar. É muito difícil, você não sabe nem por onde começar.
Eu, pelo menos, não tinha a menor ideia. Escrevia porque gostava, mas
desconhecia completamente este mundo que surgiu meio por acaso por causa da
internet. Estou começando a entender um pouco, mas é muito complexo. Acho que a
iniciativa dos blogs, esta entrevista e os autores independentes estão dando
uma melhorada no cenário. Mas é apenas achismo, realmente não tenho
conhecimento de causa para afirmar com certeza. Como disse, é um mundo novo
para mim. Não fazia outra coisa a não ser escrever, o resto veio por
consequencia deste ato e ainda estou me apropriando.
Recanto- O que você acha das redes sociais? Qual o significado delas em
nossa vida hoje?
Franci- Amo as redes sociais. Participo de muitas delas. Elas fazem
parte do meu dia-a-dia. Através delas conheço pessoas, faço minhas viagens
virtuais e me desconecto do real.
Recanto- E as escolas de hoje? Qual sua opinião sobre elas? Acha que temos
um país onde a leitura é incentivada?
Franci- Há um cenário compartimentado para se analisar. Realidades e
realidades. Em sua maioria as escolas têm se preocupado com o aluno e sua
aprendizagem e esta de forma significativa. Uma política pública séria e
possível precisa ser implementada para aliar vontade e realização.
Recanto- Fale um pouco dos seus blogs.Por que começou a blogar?Deixe o
link de seus blogs.
Franci- O trabalho com a Informática Educativa levou-me a criar milhões
de blogs. Primeiro para conhecer a ferramenta nos cursos que fazia e também
apresentar aos professores das turmas que trabalhava, até mesmo para
incentivá-los a criarem os seus. Visitando minha página do blogger, você verá
inúmeros. Cada um teve seu objetivo.
Desde o de simplesmente ver como era até o que usei em determinado
projeto ou atividade. Mas o fato é que, da mesma forma que os livros e papéis
de minha vida, tenho pena de me desfazer. Gosto de ver o layout, mesmo sem
postagem ou comentários. Cada louco com sua mania, não é mesmo?
Recanto- Você tem algum projeto para um novo livro? Pode nos contar?
Franci- Sim, primeiro quero dar cabo de tudo que escrevi em 39 anos de
vida. Pelo último levantamento que fiz, dá uns seis livros. Perdi muitos textos.
Houve um que falava das algarobas em Quixeramobim que realmente queria
encontrar. Lembro do dia que escrevi e acho uma pena tê-lo perdido. Mas, do que
tenho, é mais ou menos isto. Dois deles, já citei, “Caneta na mão, versos no
coração” e “Reflexões - Meu jeito de ver o mundo”. Os outros quatros são os
seguintes: “GADERI POLUTY - Escritos secretos e revelados”, “Variedades
Poéticas”, “Uma leve, apaixonante e tumultuada história de amor - o amor não
aparece de uma vez, é construído” e “Entre quatro paredes”. “GADERI POLUTY -
Escritos secretos e revalados” são os textos que escrevi quanto tinha 17 anos.
É em homenagem a meu filho que hoje tem 17 anos. Nesta época era comum as
meninas escreverem seus diários em códigos, língua do p e outros. GADERI POLUTY
era um dos códigos usados. O livro terá duas partes uma em português coloquial
e a outra em GADERI POLUTY. Estou fazendo isto agora. Falta ainda muito para
concluir. Mas eu acho legal traduzir e tudo o mais. “Variedades Poéticas”
também são muitos outros textos espalhados nos cadernos e agendas, uns mais
atuais outros mais antigos. “Uma leve, apaixonante e tumultuada história de
amor - O amor não aparece de uma vez, é construído” trata-se de história dos
meus vinte anos de casada. É uma espécie de edição de aniversário. Faço vinte
anos de casada nos dias 28 de Janeiro de 2012 (casamento civil) e 31 de Julho
de 2012(casamento religioso). E
finalmente “Entre quatro paredes” que conta a história de um acidente que sofri
em 1995. Estou negociando com a Editora Livro Pronto a publicação dele.
Concluída esta fase que é meio saudosista e contemplativa, penso
nuns livros infantis, que amo ler e fazer, uns na área do ensino e Informática
Educativa, outros mais de poemas, contos e crônicas, que também gosto muito.
Meu filho queria muito que eu escrevesse um romance, vou pensar sobre isto. No
mais escrevo, escrevo e escrevo, independentemente de publicar ou não.
Recanto- Agora é o momento “Marilia Gabriela”. Eu falo uma palavra e você
diz o que te vier á cabeça.
Uma música- Making Love
Para você, Franci, sua música favorita :
Um livro- Bíblia
Uma cor- Azul
Um sonho- Liberdade
Uma alegria- Filhos
Uma tristeza- Dor
Recanto- Deixe um pensamento, uma palavra ou uma frase que goste para
nossos leitores.
Franci- “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que
uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas
e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.” Hb 4,12
Muito obrigada pela gentileza de sua entrevista!
Espero que tenha gostado!
Eu me surpreendi com seu talento, sua garra e todos os seus livros e blogs!
Você é uma mulher incansável!...rss...Parabéns pelo seu "pique" e muito sucesso na sua carreira!
Beijos,
Anne
10 COMENTÁRIOS:
Apenas pelo sorriso, já vale a pena conhecer ...
Linda entrevista pra mostrar mais um pouco dela.Adorei!
beijos às duas,chica
Amei a entrevista. Gosto da inteligência. Abraços, Anne!
Anne, perfeito! Sabe aquele bolo sem graça, que você não dá nada por ele?
Pois é, quando vem uma pessoa experiente e recheia, huuuuuuuuuum, só de ver dá água na boca. Você é a pessoa experiente que recheou a entrevista. Ficou excelente! Obrigada pela música. Amo Air Supply. E tudo o mais... genial!
Entrevista emocionante, que vem mostrar a pessoa maravilhosa e talentosa que é a Francilangela.
Parabéns à entrevistadora e à entrevistada.
Beijo!
Rosane
Muito atrasa aqui estou para prestigiar esta menina que é muito especial, há pouco tempo a conheci e olha gente ela é demais, ficou linda a entrevista, e pela amostra que tive do conteúdo de seus livros, através do livro que eu revisei,posso afirmar a vocês que vale muito a pena sim ler os livros desta menina que tem o sorriso mais franco que já vi, beijos Luconi
Franciangela é uma pessoa muito fofa, foi uma das primeiras que eu tive contato quando estava procurando sobre editoras e etc, ela me deu apoio em seguir meu blog recém criado (acho que ela nem sabe que me senti apoiada por isso hahaha).
Adorei a entrevista e creio que os professores são fundamentais na formação de um país justo!!!
Abraço!!
Obrigada, Luconi, por ter me apresentado a Anne Lieri.
Não fazia mesmo ideia de que tinha sido importante, La Viratta Stories. Mas achei seu blog muito legal.
Valeu, Tunin!
Amei.
Que mais poderei dizer além de ter amado?
Que me encantei com a autora?
Ou que fiquei fascinado?
Com personalidade da escritora.
Não ficaria ela zangada comigo?
Não sei.
Por isso apenas digo.
Amei.
Dino CR
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