POESIAS ESCONDIDAS NO QUINTAL DOS MEUS DIAS
( Arnoldo Pimentel)
Hoje faço uma homenagem
a minha amiga do Grupo Gambiarra Profana e da Folha Cultural Pataxó, cujos
blogs podemos encontrar trabalhos da Rosilene. Sempre amiga, tenho muito a
agradecer a Rosilene a apresentação do meu livro Nuvens. A poesia da Rosilene
já diz por si só o grande talento que ela tem.
Rosilene Jorge dos
Ramos, nasceu no dia 30 de junho de 1978 no bairro São Cristovão, cidade do Rio
de Janeiro, mas foi criada na Baixada Fluminense, morou em São João do Meriti
RJ, estudou em Nilópolis RJ e andou muito por Nova Iguaçu RJ, hoje mora em
Casimiro de Abreu RJ, onde atua como professora da rede municipal onde vive e
do município de Macaé RJ.
Participa da Folha
Cultural Pataxó e do Gambiarra Profana. Em 2000 teve algumas poesias de sua
autoria publicadas em um livro coletivo, intitulado “O Pão e a Fome”.
“Poesias Escondidas no
Quintal dos Meus Dias” é o primeiro livro de poesias de Rosilene e é editado
pela Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó.
ADORNO
Hoje pus flores no
cabelo.
Não imaginava causar
tanto frisson.
Olhares desviados,
Elogios delicados,
Sorrisos frouxos em
minha direção.
Hoje só pus as flores
no cabelo
Para dizer que o
inverno chega,
Que a primavera não
acaba,
Que é preciso parar de
chorar.
Hoje pus flores no
cabelo
Para secar as lágrimas,
Sorrir com o outro,
Comemorar o sonho,
Espalhar sorrisos,
Dizer que há dias bons.
Hoje pus flores no
cabelo
E de maneira simples
E não intencionada
Denunciei o que está em
mim.
EU E OS OUTROS, OS
OUTROS MAIS EU E UM OUTRO EU
O olhar do outro me
reprova.
O olhar do outro me
incomoda.
Que merda são os
outros!
Todos os olhos
Censuradores,
acusadores, nunca culpados.
Os outros sempre fodem
com agente.
E eu, enquanto outros,
também fodo com os outros?
E se fosse só eu...
Como seria eu?
Haveria um eu?
Eu existiria sem os
outros?
EM DOIS
Dividiram-se ao meio
desde que nasci:
Olhos do pai, a cara da
mãe.
Um corpo e uma alma.
Negaram-me a alma.
Disseram que não era
minha.
Destituíram meu corpo.
Disseram que não
prestava.
A alma tinha de voltar
para o dono
E o corpo devia morrer
Para salvar a alma que
prestava,
Mas que nunca me
pertenceu,
Nem me pertenceria.
O que sou então?
Um corpo sem alma?
Uma alma sem corpo?
O que sobra para
sentir?
O que sobra pra saber?
Para adquirir o livro
“Poesias Escondidas no Quintal dos Meus Dias”
Da Rosilene Jorge dos
Ramos entre em contato: passe o mouse abaixo e aparecerá o link.
5 COMENTÁRIOS:
Olá.
Gostei muito do blog,parabéns.
Quer fazer parte do Portal Teia,se quiser é só nos fazer uma visitinha.
Te espero lá.
Anne! Mais belas poesias. A primeira lembrou-me o poder das flores. A segunda lembrou-me do velho e bom provérbio: pimenta no olho do outro é refresco. Beijos!
Muito obrigado Anne por divulgar o trabalho da Rosilene Ramos, parceira da Gambiarra Profana e Folha Cultural Pataxó.
Bacana! Nós da Gambiarra Profana nos sentimos homenageados com este post. Aliás já compartilhado na página da Gambiarra Profana no Facebook.
Bacana mesmo!!! um abraço Arnoldo!!!
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