Brincadeira de criança
(Bia Hain)
Agosto acabou. Meus últimos agostos não foram promissores, mas
esse ano foi diferente. Ainda bem que a vida é um bem mutável.
Li um post no blog Luz da Luma (aqui) que me pôs a pensar sobre
as miudezas que cercaram minha infância. As bonecas eram meus presentes
preferidos, bem cuidadas, mas bem usadas também... foram filhas, mães, esposas,
princesas, enfim, refletiram todos os meus sonhos.Meu lado traquinas emergia
com meu irmão. Brincava de carrinho, jogos de tabuleiro e adorava brincar com
seu Forte Apache de soldadinhos e índios em miniatura. Ao contrário dos filmes,
sempre defendemos os índios... fazíamos guerras de bolas de meia e uma vez
quase coloquei fogo em casa acendendo uma paina com um isqueiro! Arte de quem
não podia ir à casa dos vizinhos e fazia de casa seu universo mágico.
A liberdade morava na casa dos primos. Quantas vezes jogamos
bola queimada, vôlei, pique-esconde, cobra-cega, stop, mãe-de-pega,
mãe-de-cola, passa-anel, jogos de tabuleiro...
A adolescência agregou o hábito de escrever pilhas de diários
escritos com símbolos facilmente decifráveis... mas eu me sentia segura
imaginando que meus segredos (bobos) estariam a salvo impresso em páginas
coloridas e decoradas com recortes e adesivos. Havia também a troca dos papeis
de carta que eram colecionados em pastas e utilizados para a troca de
correspondências.
Perder a inocência era algo que acontecia a seu tempo.
Hoje percebo precocidade, sexualidade e violência em tenra
idade. Não quero parecer antiquada, mas vejo o quanto é raro encontrar crianças
brincando de ser criança, e fico pensando o quanto queimar etapas pode gerar um
adulto vazio, egoísta e frustrado.
Brincar é um aprendizado para toda a vida e quanto mais
aprendemos com a criança que fomos mais temos a capacidade de superar dos
nossos erros, de sermos solidários e rirmos juntos, e não do outro.
Fico feliz
quando visito minha infância porque lá morou uma criança que sabia... brincar.
E que brinca a cada dia mais.
E você, conhece essas brincadeiras? Qual era a sua preferida?
Visite a autora em seu blog:
4 COMENTÁRIOS:
Que maravilha de texto da querida Bia! Ela abordou direitinho e dei relevo ao que realmente é importante.TUDO AO SEU TEMPO, saber BRINCAR como crianças de verdade! Adorei ver a Bia aqui! beijos às duas,chica
Linda postagem, e muito evocativa! Eu - a gente - brincava de polícia e ladrão, pique-tá, pique-bandeira, pique-altinho... queimado, vôlei, passa-anel, mamãe cangueira, panelinha, casinha, pique-esconde, enfim, tive uma infância assim. Adorei a leitura! Bom dia, Anne, e boa semana!
Oi Bia,
Já fui no seu blog, sou sua fã.
Há uns bons anos tínhamos brincadeira, hoje as crianças brincam de namorar.kkk. Não todas.
Adorei ver você aqui.
Beijos
Lua Singular
Olá, queridas Anne e Bia
Brincar de boneca era o meu forte também... e de professora com os primos e irmãos...
Post tão bem escrito e o tema favorece a docilidade ainda mais...
Bjm de paz e bem às duas amigas
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