O homem é o lobo do próprio homem.
(Augusto Sperchi)
Muito
se aventou sobre a origem da sociedade humana, de como os homens estabeleceram
pactos sociais para, aparentemente viverem numa paz forjada.
Quando e como os
homens saíram de um estado de natureza para criarem um contexto separado dela
já queimou muita pestana. Pensadores, como John Locke, J-J Rousseau,
Montesquieu e Thomas Hobbes, até que se esforçaram bastante para resolver esse
imbróglio. Porém, este último cravou uma frase que gerou e ainda gera muita
polêmica. Ele reescreveu uma frase do notável escritor latino Plauto, “o homem
é o lobo do próprio homem”, ou seja, que, no estado natural, todos se opunham
contra todos, que a lei era a dos mais fortes e que o restante era subjugado à
força, sem direitos e com o ônus de produzir a subsistência dos mandantes.
Numa
certa época (que ninguém foi capaz de precisar quando) um pacto foi criado para
proteger os mais fracos. Foi assim que surgiu o Estado. Como antes os homens
eram perfeitamente iguais (Hobbes não explicou como então eram tão
divergentes), desejavam algo que fosse regulador do direito de todos, pois
todos tinham necessidades iguais e o mesmo instinto de autopreservação.
Renunciaram então àquela liberdade do estado de natureza em função da
tranquilidade do convívio em sociedade. O pacto firmado resolveria de vez as
divergências e permitiria à sociedade evoluir.
Tudo, porém, estaria resolvido
se o Estado garantisse de fato uma paz duradoura entre os homens. Mas o que é
esse Estado? Do que ele é constituído? Se outrora, a lei do mais forte era a que
vigorava, agora é a lei do mais esperto? Os homens continuam lutando e
competindo entre si, se aproveitando dos mais fracos, das minorias, tomaram de
assalto a própria natureza e se distanciaram dela como se ela fosse um produto
a ser negociado na feira.
Os homens sempre precisaram da natureza, mas ela
nunca precisou deles. Pelo contrário, essa espécie é das mais predadoras e,
sendo assim, aquele pensador acertou em dizer que o homem é lobo de sua própria
espécie. Em busca de riquezas, notoriedade, poder, capacidade de decidir sobre
o destino da maioria, muitas pessoas, que não podem ser consideradas humanas,
não relutam em retirar do seu caminho qualquer inconveniente. Todavia, em meio
a tão vasto deserto, é possível encontrar oásis aprazíveis, com água fresca e
sombra generosa.
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6 COMENTÁRIOS:
Lindo texto do Augusto! Vale sempre essas leituras! abração aos dois,chica
Anne
Como bem escreveu Augusto Sperchi, o homem sempre foi e será "lobo de homem".
O homem sendo um animal gregário, terá sempre tendência a sofrer a fatalidade sua condição.
Jamais a humanidade se organizou, no sentido do bem comum, por muitas boas intenções que sabemos terem havido.
Beijos
O homem é o maior predador de si próprio, nem só pelo que consegue fazer aos seus semelhantes, como por exemplo Hitler, mas também pelo que faz a si mesmo com a poluição e alterações climáticas. E ´único animal sobre a terra que não se importa de conspurcar a água que bebe, ou envenenar o ar que respira.
Um abraço e bom fim de semana
Oi Anne! Como está, minha amiga?
Eu, lisonjeado por postar um texto meu em seu tão prestigiado espaço. Sua generosidade é propalada pelo mundo virtual. Daí, meu Muito Obrigado!
É verdade, Augusto. O homem(ser humano) se seguissem o que manda o Deus maior, a vida seria com menos dor.
Abração.
Anne. Augusto tem sempre uma interpretação que prova a sua inteligência. Beijo! Renata
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