Nosso entrevistado de hoje é João Paulo Hergesel, escritor de 25 anos, doutorando em Comunicação (UAM), mestre em
Comunicação e Cultura (Uniso) e licenciado em Letras (Uniso). Dedica-se à
produção literária, com foco na literatura infantojuvenil, e à pesquisa na área
da Narrativas Midiáticas com foco no estudo do estilo. Autor de livros com
temáticas diversas e com participações em várias antologias, coleciona dezenas
de prêmios literários, nacionais e internacionais. Hergesel também é membro
correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni, da Academia Cearense da
Língua Portuguesa, da Academia Cearense de Letras, da Academia Lavrense de
Letras, da Academia Olindense de Letras e da Academia de Letras de Campos do
Jordão.
R- Primeiramente, quero
parabenizá-lo mais uma vez pelo prêmio literário que recebeu. Muito merecido!
JP- Eu agradeço o carinho e
o convite para esta nossa entrevista.
R-João Paulo, onde você
nasceu e onde mora hoje?
JP- Nasci em Sorocaba, no
interior de São Paulo, mas sempre morei em Alumínio, cidade vizinha. Resido
nela até hoje.
R- Como foi sua infância?
Têm irmãos, irmãs?
JP- Tenho dois irmãos e uma
irmã, todos mais velhos, casados, com filhos. Sou o caçula da família.
R-Quando escrevia no
Recanto das Letras, você imaginava que um dia receberia esse prêmio tão
importante?
JP- Os sonhos sempre
existiram, mas a ideia de concretização era mínima. Quando comecei a escrever
no Recanto das Letras, eu tinha 15 anos, estava descobrindo meu estilo
literário, não tinha muito conhecimento sobre literatura e narrativas. O tempo
contribuiu para meu amadurecimento.
O
Prêmio Barco a Vapor (Premio El Barco de
Vapor) é promovido pela Fundação SM nos nove países em que o grupo atua:
Brasil, Chile, México, Argentina, Porto Rico, República Dominicana, Colômbia,
Peru e Espanha. A iniciativa, que surgiu na Espanha em 1978, visa revelar novos
autores, estimular a criação literária nacional e propiciar aos jovens leitores
o acesso a textos inéditos e de qualidade. No Brasil, o Prêmio existe desde
2005 e pelo 13º ano consecutivo é possível inscrever-se para uma das mais
importantes distinções nacionais concedidas à literatura infantil e juvenil.
R-Conte para os leitores
do Recanto como recebeu a notícia de que foi o vencedor do Barco? E sua família?
JP- Eu havia acabado de
acordar, nem tinha tomado café da manhã, e comecei a receber notificações do
Facebook, de amigos me marcando em postagens na página da Fundação SM e do
Estadão. Quando vi o que era, nem acreditei. Durante uns dois dias, fiquei me
sentindo aéreo, atônito, sem que a ficha realmente caísse. A família, acredito,
ficou igualmente em choque, mas ao mesmo tempo orgulhosa pela conquista.
R- Fale um pouco do seu
livro “Que presepada!” ( Vencedor do premio Barco a vapor). Do que se trata
e como se inspirou para escrevê-lo?
JP- O livro é sobre uma
vaca que trabalha no presépio vivo da fazenda todo fim de ano, mas ela tem o
desejo de ser maior, de se tornar rena de Papai Noel. A história se foca nos
obstáculos e na persistência dela para conseguir chegar ao Polo Norte e
conversar com o Bom Velhinho. A inspiração, creio, surgiu quando vi a vaca no
presépio de casa (era época de Natal) e fiquei me perguntando se ela não tinha
vontade de se destacar nessa época do ano. Resolvi, então, unir a luta pelos
sonhos, a superação dos preconceitos e a autoaceitação numa obra
infantojuvenil.
R-Quando vai ser
publicado o livro e onde poderemos comprar?
JP-O livro será lançado em
18 de outubro deste ano, quando ocorrerá a cerimônia de premiação. Acredito
que, após essa data, ele estará disponível nas livrarias, tanto físicas e
virtuais.
R-Você sempre teve o
sonho de ser escritor, mas sei também que não ficou parado esperando cair do céu
e começou com que idade? Conte como se preparou para sua carreira.
JP-Desde criança, sempre
gostei de ouvir e inventar histórias. Quando dominei a leitura e a escrita, foi
uma verdadeira diversão: eu podia registrar aquilo que minha mente criava. Foi
aos 8 anos, durante um festival estudantil realizado pela prefeitura da cidade,
que obtive meu primeiro prêmio literário. Mesmo assim, até os 14 anos, eu
mantinha tudo que escrevia arquivado apenas para mim, pois acreditava que não
interessaria a mais ninguém. No entanto, depois de descobrir algumas
comunidades no Orkut em que jovens escreviam e compartilhavam suas histórias,
que eu decidi me entregar ao mundo da literatura.
R-Você tem quantos livros
publicados? Deixe um link onde as pessoas possam adquiri-los.
JP-Tenho, até este início
de agosto, 14 livros publicados, mas alguns já estão no prelo: até o final do
mês, acredito que será lançado um romance adolescente (parceria das editoras
Telucazu e Patuá) e em setembro já está confirmado o lançamento de três livros
acadêmicos (pela editora Provocare). Tenho um paradidático em edição (pela
editora Fragmentos) e esse infantojuvenil premiado no Barco. Se tudo der certo,
encerrarei 2018 com vinte livros no mercado, fora as antologias. Os já lançados
podem ser adquiridos no site: http://www.jogodepalavras.com/.
R-Vc recebeu diversos
prêmios literários. Como foi essa conquista? Como se sentiu?
JP- Cada prêmio literário
tem sua importância e uma reação diferente. Houve uma época em que eu vivia
praticamente para a escrita (além da escola) e acabava participando de tudo que
aparecia pela frente. Depois, quando a vida começou a ficar corrida e eu
experimentei o que é ser um adulto, passei a selecionar os concursos
literários, o que diminuiu minhas participações consideravelmente. Mesmo assim,
mais do que quantidade, venho priorizando a qualidade das premiações. A maior
conquista com o retorno é a visibilidade que isso nos dá.
R- Você tem uma Editora
também. Como surgiu essa ideia? É algo
que curte fazer? Deixe o link do site.
JP- A editora surgiu de um
suspiro. Eu estava na faculdade de Letras e queria trabalhar como revisor, mas
não havia editoras na região para que eu pudesse ser contratado; o jeito era
trabalhar como freelance. Para isso, no entanto, era preciso ter uma empresa
que emitisse as notas fiscais pela prestação de serviços. Assim, surgiu a Jogo
de Palavras... Que depois de alguns anos passou a publicar obras de minha
autoria e de outros escritores.
R- Deixe uma mensagem para
os jovens escritores como você.
JP- Se você tiver um sonho
e o mundo lhe der as costas, pule nele e brinque de cavalinho. Nada – realmente
nada – é impossível em se tratando de conquistas e superações.
R- Obrigada por me
conceder essa entrevista. Desejo um super sucesso para você, porque merece
muito tanto pelo seu talento como pela seu jeito simples de ser!
Quem quiser adquirir os livros do João Paulo é só entrar no site da editora:
Jogo de palavras.
Abaixo alguns de seus livros: