( CARLOS
SOARES)
De vez em quando abro a Bíblia para buscar algum conforto e luz para o meu dia. Eu sei que devia ser sempre, mas a gente não mais tempo para nada. A Bíblia tem muitas filosofias, muitas passagens fortes, e uma das que mais gosto é: "Não jogueis pérolas aos porcos", pois suas palavras e atos serão banalizados por eles, não terão nenhum valor em seus ouvidos, e seu apetite voraz as devorará como fazem com a lavagem que lhes é mais apropriada, serão engolidas sem ao menos sentirem seu delicioso sabor. Isso se não as deixarem esquecidas na lama. Os porcos não entendem de pérolas. No texto de orelha do livro ÁGAPE, de Pe Marcelo Rossi, Chalita diz que "estão coisificando as pessoas", eu concordo muito com isso e estendo com meu pensamento. Estão banalizando o "eu te amo", "o amor é lindo", e glamourizando a violência principalmente na TV. Depois ninguém entende porque crianças e adolescentes estão se agredindo nas portas das escolas, ou porque alunos agridem professores. Por quê? Porque os porcos desprezam as pérolas e acolhem o que não presta. Evidentemente, graças a Deus nem todas as pessoas são como porcos que tratam as pérolas com desdém. Felizmente, a maioria considera as considera. Cuidado, muitas vezes o que parece luxo, pode ser o lixo glamourizado. Para não fugir muito do assunto inicial, deixo este da violência para depois, embora quase se cruzem. Voltemos aos porcos, digo, voltemos às pérolas. Quando a gente tem a impressão de ter jogado pérolas aos porcos, fica um gosto ruim na boca, sentindo-se meio idiota de ter perdido tempo, mas às vezes penso que é bobagem sentir-se assim, afinal a culpa não é da gente se os porcos não entendem de pérolas. A gente faz com boa intenção, só quer enobrecer a pobre e chata vida dos porcos.
Nunca pensei que um dia teria essa sensação com a minha poesia, isso me dá uma grande tristeza, mas andei jogando pérolas aos porcos. Se pudesse voltar no tempo, não teria escrito tantas poesias, abriria mão delas para não viver essa sensação de agora, de ter perdido meu tempo. Mas o poeta não é dono da própria poesia. Quando ela vem, não tem jeito de segurar, porque são pérolas e não podem ficar escondidas.
6 COMENTÁRIOS:
Oi Anne! Muitos aplausos aos Carlos Soares. Eu também joguei tantas pérolas aos porcos. E ainda aprendo a não jogar. Beijos!
Carlos, acredito que tudo deva valer a pena.Não são jogadas, perdidas.Valem sempre!!!
abração,chica
Carlos , nada se perde na verdade.
Se assim fosse às dádivas divinas seriam inúteis? Porque ninguém por maior esforço, não tem condição de avaliar quais ricas elas são. Mas tentamos, e estas tentativas é que nos tornam apreciadores de cada uma delas. E Deus gasta sempre conosco suas pérolas.
Cada poema tem seu valor e assim como as pessoas tem seu estilo.
Um texto bem reflexivo.
Um abraço poeta
Beijinho Anne querida, como sempre, nos emocionando por aqui.
Moça, eu não acredito que tenha sido tempo perdido. Bom que você tem tantas pérolas para jogar! Cada um joga o que tem. E tem sempre uma pérola que cai no colo de alguém que a entende, e que a merece.
Essas suas pérolas de certeza também foram enfeitar outros anéis com dedos de poesia! e que apreciaram.
Ném todos gostam de pérolas. Mas que elas nasçam para alimento da alma de que escreve e de quem lê!
Beijinhos!
otimo diaaa
bjuss
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