(ANA BAILUNE)
O homem parado na esquina
Gritava palavras de fé
Debaixo do braço, uma Bíblia,
E uma alma debaixo do pé.
O homem parado na esquina
Eloquentemente dizia
Orações e impropérios
Seguidos de Ave-Maria.
O homem parado na esquina
Dizia ser dono do céu...
Achava-se eleito de Deus,
Apontava os irmãos seus...
O homem parado na esquina
Regozijava-se todo
Com o desgosto de um outro
Que cumpria a sua sina.
O homem parado na esquina
Citava a desgraça alheia
Para exaltar sua bondade
E a sua alma feia.
O homem parado na esquina
Apontava um dedo torto
Na cara de quem vivia,
E nem percebia estar morto!
O homem parado na esquina
Gritava, e o dia passava...
Passava também sua vida
E o homem nem notava!
O homem parado na esquina
Um dia deixou de viver;
Chegando às portas do céu,
Quis entrar no paraíso
Tão certo de seu merecer!
O diabo parado na esquina
Segurou-o pelo braço
E ele, assustado, tentou
Desvencilhar-se do laço.
Mas o diabo foi firme,
Não o deixando escapar
Pois ele era o substituto
Que o diabo esperava
Para se aposentar!
Chegue na Ana clicando em seu nome!
4 COMENTÁRIOS:
A eloquência paradoxal dele o levou à perdição.Por vezes, atos se apresentam assim.
Abração.
Ana sempre inspirada!beijos às duas!chica
que testo lindo , gostei muito a Ana é muito talentosa.
beijo para as duas !
Uma surpresa!... Obrigada!
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