• Anne Lieri

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  • Nato Matos

25/06/2012

Enigma






ENIGMA
(PROFETA)

Descobri que não há duas reais verdades
Descobri que a saudade mora no ficar
Que os santos sorriem à luz das velas
Que é tão triste não saber amar


Ontem dei ordem para aportar
A um grupo de navegantes sem Nau
Vi gente cheia de fé na alma
De pés descalços no calhau


Dei ordem para o começo da Missa
Não sei se alguns eram ateus
Olhei para um luminoso céu
Pareceu-me ver Deus


Muita é a fé da gente da ilha
Matei sete saudades e fiz uma partilha
Abandonei ao deus dará uma dúvida
E fechei a porta a uma dor escondida


Tudo isto, à beira mar
E eu que tanto anseio um navegar
Eu que nas mãos tenho um partido leme
Eu que comecei tanto e não soube acabar


Já esqueci, todas as palavras que queria ouvir
Todo os sentires por sentir
Já não sou protagonista de uma comédia de enganos
Sou apenas demiurgo de uma perversa cena de uma chegada sem partir


Sou uvas amargas do mês de Abril
Vinho de travo verde ao beber
Semente atirada ao meio das pedras
Olhos na bruma na inquietação do ver


Uma imensa e incontida força neste peito
Na alma uma cicatriz, qual estigma
Serei apenas um barco de papel à deriva!?
Ou como já alguém disse, um… Enigma…





4 COMENTÁRIOS:

chica

Lindos e sempre inspirados os poemas do Profeta... abração aos dois,chica

MARLENE

BOM DIA ANNE ADOREI ESTE POEMA LINDO
PARABENS POR ESTA ESCOLHA PERFEITA
E AO CRIADOR DE VERSOS TÃO MARAVILHOSOS BOA SEMANA ABRAÇOS COM CARINHO MARLENE

Patricia Galis

Que beleza de escrita, amei!!!!

Caca

Que espetáculo esse Profeta!!!

Maravilha de poema, Anne! Obrigado pela escolha literária tão fecunda.

Abração e ótima semana.

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