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18/06/2012

Guardanapo








GUARDANAPO


Este poema foi escrito em 1982 e foi meu primeiro poema censurado em público, no meu lugar de trabalho, rasgado e atirado no lixo, acompanhado das palavras “Que merda é essa que você está escrevendo, cuidado como que escreve.” mas eu tinha uma cópia e eu e esse meu chefe ficamos amigos.


Somos todos descartáveis
Como guardanapos atirados ao chão
Ou o relógio de ponto
Que só presta quando está bom

Somos figuras carimbadas
Na hora do serão
Sem dinheiro pra comida, nem pra escola
Na porta esticando a mão
Pedindo esmola para o patrão

Patrulha que nos patrulham
Nos corredores escuros da fábrica
Da hora da entrada
Até a hora da saída sem vida

Somos todos descartáveis
Como guardanapos atirados ao chão
Ou milhadas de pão
Nessa vida de cão

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5 COMENTÁRIOS:

Ana Bailune

Que bom que você guardou uma cópia!

chica

Que lindo e ainda ficaram amigos!!Legal! beijos,chica

Marcia M

Gosto muito do que o Arnaldo escreve amiga Anne,e esse é lindo demais !Beijos aos dois!

Arnoldo Pimentel

Só tenho a agradecer a amizade e o carinho Anne, muito obrigado pela postagem, Deus te ilumine.Beijos.

Flavio Ribeiro

Olá Anne,

Somos de fato todos descartáveis, mas ainda bem que o Arnoldo possuía uma cópia deste poema. Só assim pôde perpetuá-lo na internet e em seus leitores!



Abraços, Flávio.
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