GUARDANAPO
Este poema foi escrito em 1982 e foi meu primeiro
poema censurado em público, no meu lugar de trabalho, rasgado e atirado no
lixo, acompanhado das palavras “Que merda é essa que você está escrevendo,
cuidado como que escreve.” mas eu tinha uma cópia e eu e esse meu chefe ficamos
amigos.
Somos todos descartáveis
Como guardanapos atirados ao
chão
Ou o relógio de ponto
Que só presta quando está bom
Somos figuras carimbadas
Na hora do serão
Sem dinheiro pra comida, nem pra
escola
Na porta esticando a mão
Pedindo esmola para o patrão
Patrulha que nos patrulham
Nos corredores escuros da
fábrica
Da hora da entrada
Até a hora da saída sem vida
Somos todos descartáveis
Como guardanapos atirados ao
chão
Ou milhadas de pão
5 COMENTÁRIOS:
Que bom que você guardou uma cópia!
Que lindo e ainda ficaram amigos!!Legal! beijos,chica
Gosto muito do que o Arnaldo escreve amiga Anne,e esse é lindo demais !Beijos aos dois!
Só tenho a agradecer a amizade e o carinho Anne, muito obrigado pela postagem, Deus te ilumine.Beijos.
Olá Anne,
Somos de fato todos descartáveis, mas ainda bem que o Arnoldo possuía uma cópia deste poema. Só assim pôde perpetuá-lo na internet e em seus leitores!
Abraços, Flávio.
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