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04/07/2013

Você se acha importante?

Você se acha importante?

(Augusto Sperchi)



É muito comum pessoas se sentirem tão importantes a ponto de pensarem que se elas não estivessem no mundo ele seria um caos, a família não sobreviveria, os conhecidos morreriam de tristeza, o país seria ingovernável e a humanidade lamentaria para sempre sua maior perda.
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O ego dessas pessoas é tão inflado que o Universo gira em torno de seus umbigos. Elas se acham imprescindíveis, insubstituíveis e se alienam quando se arvoram de deus. Adoram se gabar de seus feitos mirabolantes, estão sempre aptas a dar lição de moral e a julgar as outras pessoas seguindo o seu próprio modelo. Também gostam de ser bajuladas e são sempre seguidas de um séqüito desejoso dos despojos que vão caindo aqui e acolá por onde elas passam. Exercem uma liderança com base numa ética duvidosa e se irritam com a oposição que, a seu ver, representa o mal e deve ser combatida a qualquer preço. Sentem-se acima da lei, prescindem da política e desdenham da religião. Mas elas deveriam conhecer uma pequena história,  enviada a mim como uma piada, que narra a saga de um jumento. Veio sem autoria e resolvi reescrevê-la porque, apesar da graça, ela traz um ensinamento muito profundo. A história é assim: Um jumento, ao voltar para o estábulo onde ficava confinado com outros de sua espécie, encontrou sua mãe e logo foi falando de uma experiência que vivera ao levar um homem para uma cidade. Dizia, todo feliz, que nunca tivera tanta honra, que as pessoas o saudavam, passavam as mãos pelos seus pêlos, estendiam tapetes por onde passava e que faziam reverência e abanavam folhas de palmeiras. A mãe olhava para o filho com um olhar terno, sem querer interromper sua narrativa. Porém começou a ficar impaciente quando o pequeno jumento, todo esnobe, começou a se dar uma importância exagerada, dizendo que era o melhor condutor de homens, era o preferido, era saudado e reverenciado, que não havia outro jumento como ele, que era o rei de sua espécie. Aproveitando uma pausa do falastrão, a mãe pergunta quem ele estava levando nas costas. Rapidamente ele responde que era um tal Jesus, mas isso não vinha ao caso e retomou a tagarelice, chamando a atenção dos outros jumentos. Aí a mãe proprõe a ele que voltasse um dia àquela cidade para apurar e comprovar sua popularidade. Então chegou o dia esperado e o jumento foi escalado para levar dois sacos de mantimentos e seguir uma grande caravana. Mas, ao chegar na cidade não aconteceu nada do que esperava, as pessoas passavam por ele e nem o percebiam, parecia invisível. Seguia o caminho indicado e esperava alguma manifestação mais adiante, mas nada aconteceu. Chegaram a empurrá-lo e foi até maltratado quando arriscou uma olhadela pelos becos mais escuros. Entristeceu e voltou ao estábulo cabisbaixo. Sua mãe percebeu sua tristeza e esperou que ela passasse para depois falar com ele. Quando se sentiu mais seguro, o pequeno jumento aproximou-se de sua mãe e manifestou sua indignação. A mãe, como sempre terna, como todas as mães, olha para o filho inconsolável e diz mansamente: Filho, você sem esse tal Jesus, não passa de um simples jumento!




Visite o autor: Augusto Sperchi



6 COMENTÁRIOS:

http://odeclinardosonhos.blogspot.com

Infelizmente tem muita gente assim no mundo...
abraço
anacosta

chica

Muito lindo esse texto e realmente achar-se indispensável é a maior burrice... E há tantos que se acham! Morreremos e tuuuuuuuuudo ficará andando igualmente ...aabração aos dois,chica

Patricia P. Galis

Um belo texto do Augusto e como tem pessoas assim, ótimo post.

Ana Bailune

Uma história muito boa! rsrsrs... sei de pessoas que precisam urgentemente lê-la.

Rosemildo Sales Furtado

Realmente, há muita gente assim e que precisam ler urgentemente essa história.

Belo post! excelente escolha.

Beijos e ótima noite pra ti e para os teus.

Furtado.

Toninho

Criatividade e recado dado com arte.
Parabens.

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