DO ESCRITOR...
(Celia Rangel)
Vivendo-se a terceira década dos “entas”...
Trágico é o momento... Prova de vida em banco é sinal de atrevimento à morte
nas famosas saidinhas do mesmo. A certa altura da vida é provar o pouco do que
ainda se é capaz de fazer: andar, só apoiada; trepar escadas e outros nem
pensar; voar só em pensamento pois, os labirintos entram em
curto-circuito; flutuar na piscina ou no
mar é afogamento na certa... excesso de peso e juntas travadas. Agilidade já
era, meu caro! Ainda há quem se arvore em botox e lipos da vida para
rejuvenescimento! Eta caveira ambulante. Perde-se a identidade de uva passa...
Isso tudo sem falar na manivela mental que necessário se faz para tentar manter
um diálogo... é um tal de: ahn... ahn... ahn... para ganhar-se tempo agitando o
tico e o teco na lembrança de nomes e de fatos!
Amores? Em fuga definitiva. Ainda se
houver herança a ser dilapidada pode ser que... caso contrário impera a
solidão.
Uns entulham-se perturbando filhos (as),
noras, genros, netos (as)... Outros declaram independência ainda que aos trancos e barrancos vivem a fase da
envelhescência conscientes de que o melhor já era, mas que ainda podem (e
devem) fazer contornos suaves da vida.
Então, finge-se. Tá tudo bem... Sorrisos
amarelos e paga-se para viver: da internet, aos livros, à boa música; aos
filmes e teatros tecem-se maravilhosas telas de uma preciosidade ímpar.
Atropela-se a poesia da vida, e poemas diversos surgem na imortalidade de quem
um dia deixará sua riqueza maior – o brincar com as palavras – meigas e fiéis
companheiras de todas as horas. Que nada cobram, e tudo oferecem: lembranças,
saudades, afetos, paisagens de anos vividos.
Esse (a) é o (a) escritor (a). Personagem
estranho que desempenha mil papéis e nem sempre encanta, se encanta, convence
ou é convencido. Mas de uma coisa tenha certeza, seu maior vício é extravasar
memória apontando romantismo ou realidade, deixará de alguma forma sua marca
registrada.
Visite a autora clicando em seu nome:
11 COMENTÁRIOS:
Maravilhoso ! Célia falou com o coração! Adorei! beijos às duas,chica
Excelente texto de Célia Rangel! Anne, retirei meu livro do espaço anterior e coloquei no Amazon. Ah, se arrependimento matasse!
Anne
A Célia Rangel imaginou e escreveu u texto bem interessante e atual. Já muito deste tempo, a peça vale mesmo.
Beijos
Tudo isso é lugar comum, infelizmente
a juventude voa, num ápice chegamos
a essas situações, beijo
Ai!
Eu já saí do enta e estou no ose.
O tempo me roubou quase tudo, menos a minha memória.
Curto a cama, levanto tarde, vou a hidro. Os médicos conheço todos.kkk
Vou vivendo...
Ainda bem que soube viver com intensidade todas as belas fases da vida.
Parabéns para as duas.
Adorei os escritos
Beijos
Lua Singular
Olá, querida Anne
Assim é mesmo a nossa idade atual... descreveu com riquezas de detalhes...
Afugentar a dolorida solidão com palavras é usar bem a inteligência...
Bjm de paz e bem
Oi, Anne! Que delícia de homenagem! Fico muito, mas muito agradecida mesmo! Adorei!
Bjs ternos, Célia.
Linda Anne, bela homenagem com esse maravilhoso poema escrito pela poetisa Célia, lindo demais, ela merece e você sabe reconhecer o que tem valor!
Parabéns a você e a Célia!
Minha querida
Um belo e verdadeiro texto de uma grande escritora que em cada palavra deixa o coração.
Adorei.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Sou fã da Célia. Muito bom encontrá-la aqui, também. Beijos a todos!
Adoro o que a Célia escreve, ela é ímpar, beijos Luconi
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